quarta-feira, 19 de maio de 2010

Recrutamento JVE

 No último final de semana, tive um privilégio imenso, participei do recrutamento do JVE (JV na Estrada).
 Foi uma experiência única, onde fiz coisas que nunca me imaginei fazendo diante de várias pessoas. Banquei o palhaço (esse sem muito sucesso kkk), animei a moçada, sendo que nesta ocasião, dancei o "armereition" diante da galera.
 Mas o que marcou, não foram os micos, as palhaçadas, o "futéba" ou o hamburguer as 2:00 hrs da madruga, mas sim como pude sentir Deus no meio disso tudo, da maneira mais natural, singela, suave e encantadora que poderia ter sentido. O simples conviver da gente mostrava a presença do Pai. Quase não abrimos a bíblia, mas a palavra estava em nós da mesma maneira.
 Isso me lembro de um texto de Atos que diz assim:  E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.  E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.  E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.  E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar. (At 2:42-47)
 Galera do JVE, obrigado por abençoarem tanto a minha vida.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Adeus Dn. Ana

 Venho hoje contar um pouco sobre a experiência que tive com minha vó. Peço desculpa pelo tamanho que esse post tem, mas é que estava precisando escrever.
 Para quem não sabe, minha vó faleceu na última quarta-feira. Foi uma semana bem tensa e difícil para a minha família. Meu pai e meu irmão ficaram imensamente abalados, sem chão. Foi bem difícil para mim também, até porque foi a primeira pessoa da família que perco que conhecia. Gostaria de deixar aqui um pouco da minha história, contar sobre meu relacionamento com ela.
 Durante a tenra infância, não sei como era a relação, pois não tenho lembranças, mas tenho alguns flashs da gente pescando em um sítio de um amigo deles. Mas foi uma relação bem tranquila de certa forma, claro que tinha uns atritos, uns desencontros. Os problemas começaram quando passei a ter consciência. Meus avós tinham mania de falar mal de todos, gostavam só do que ele faziam. Ficava extremamente irritado quando eles falavam mal das coisas que fazia, de como eles criticavam meus outros parentes. Essas coisas me machucavam muito.
 Só que tudo isso não era a pior parte. A parte que realmente me marcou negativamente na relação Rafael-Avós, foi o favoritismo explicito a meu irmão. Para mim o pior momento que tive com eles foi quando passei uma semana com eles, pois eles não curtiram minha estadia com eles, não houve para mim prazer, só mente comparações. Tudo que eu fazia eles vinham com aquela: Ah, mas o Thiago faz...
 Pais, avós, não façam comparações entre seus filhos, netos, sobrinhos etc. amem cada um de maneira única, pois são pessoas únicas, não ache que um é melhor que outro, são apenas diferentes. Respeite essas diferenças e você vai ver como o relacionamento melhora. Me senti muito desprezado com essas comparações e com a rejeição.
 Durante quase toda a vida não demonstrei isso, simplesmente tratava como algo que não me atingia, como se não ligasse e muita gente sequer sabia que no fundo isso me machucava demais. Mas nunca mostrei porque sempre me senti na obrigação de ser o forte, o inabalável. Talvez isso tudo me levou a ser imensamente racional.
 Algo que me assustou em mim mesmo, foi quando minha avó teve um coágulo no pulmão. Ela quase se foi e eu fiquei como se nada tivesse acontecido. Simplesmente estava frio no que dizia respeito a ela e a meu vô. Percebi que as coisas não estavam certas comigo. E fui até Deus pedir ajuda, pois como poderia estar assim? Era minha vó! Por mais coisas que pudesse haver entre nós, o amor entre nós não poderia estar morto assim.
 Deus moveu meu coração, tirou a pedra que lá estava e pôs um coração de carne em mim novamente. Aos poucos fui voltando a me importar com eles, a me preocupar, a ligar só pra saber como eles estavam. O que me deixou mais maravilhado com a graça de Deus é como ele me permitiu não ter um peso pelo resto da minha vida. Na segunda feira antes da morte dela, por alguma razão quis falar sério com Deus. Durante nosso papo, Ele moveu meu interior de uma maneira que depois de anos seco, chorei. Comecei a me abrir de verdade, ver as coisas que estavam erradas em mim, o que atrapalhava minha vida com o Pai. Durante esse dia, em meu coração, perdoei as coisas que minha avó fez que me machucaram de algum forma e passei a ver tantas coisas boas que eles me deram, tantos bons momentos que tivemos na infância, os banquetes que faziam para mimar todo mundo, porque um gosta de porco, o outro de peixe; um gosta de pé-de-moleque, o outro de arroz doce. Mas mais que essas coisas pequenas, quando olhava para traz, não pude deixar de ver como vovó servia a Deus. Como ela recebia os servos do Pai, como ela se dedicava de corpo e alma para Jesus e essa foi a maior herança, lição e exemplo que poderia ter recebido.
 Agradeço muito a Deus por te-la perdoado antes de sua morte, pois tenho certeza que se não o fizesse, teria um peço nas minhas costas hoje que não sei se o suportaria.
 Só posso terminar dizendo pra vocês amarem os seus, aproveitem cada momento, pois posso dizer que em quanto me permitir estar com eles sem pensar desavenças, foram momentos lindos. E posso dizer que agradeço a Deus por ter tido a vó que tive, pois parte do que sou hoje é por causa dela, como cristão e como gente.